
Naquela tarde, a empregada da limpeza desceu as escadas ofegante.
- Senhor Silvio, senhor Silvio.
A tremer, lá contou a história.
Ia fazer a limpeza dos quartos do segundo piso. A porta do quarto 209 estava só encostada. E quando a empurrou...
Fui com ela.
Era verdade. E como eles gozavam, alheios a tudo; ela agarrada ao travesseiro, gemendo e gritando, ele penetrando-a por trás com toda a força, os corpos suados do esforço.
E ele gritava, ela gemia, e só aquele vai-vém, entra e sai, o prazer a subir, a subir., a subir.
A empregada de limpeza olhou para mim, pedindo ajuda.
Agarrei-a com raiva de todo o tempo perdido, empurrei-a contra a parede, levantei-lhe a saia verde da farda do hotel e passei-lhe as mãos pelas pernas húmidas.
Ela fechou os olhos, passou a lingua pelos lábios.
Desapertei o cinto das calças e ali mesmo, no perigo de um corredor deserto, à vista de quem quer que surgisse, possui-a como fogo, desvairado de desejo.