Naquela tarde, a empregada da limpeza desceu as escadas ofegante.
- Senhor Silvio, senhor Silvio.
A tremer, lá contou a história.
Ia fazer a limpeza dos quartos do segundo piso. A porta do quarto 209 estava só encostada. E quando a empurrou...
Fui com ela.
Era verdade. E como eles gozavam, alheios a tudo; ela agarrada ao travesseiro, gemendo e gritando, ele penetrando-a por trás com toda a força, os corpos suados do esforço.
E ele gritava, ela gemia, e só aquele vai-vém, entra e sai, o prazer a subir, a subir., a subir.
A empregada de limpeza olhou para mim, pedindo ajuda.
Agarrei-a com raiva de todo o tempo perdido, empurrei-a contra a parede, levantei-lhe a saia verde da farda do hotel e passei-lhe as mãos pelas pernas húmidas.
Ela fechou os olhos, passou a lingua pelos lábios.
Desapertei o cinto das calças e ali mesmo, no perigo de um corredor deserto, à vista de quem quer que surgisse, possui-a como fogo, desvairado de desejo.
Não, claro que a imagem não é para "brincar" com a ideia de Natal.
Mas lá que foi uma das prendas que pedi no sapatinho, foi...
Desta vez, nada.
Talvez para o ano...
Corpo de mulher, fogo ardente
Teu pescoço, teu peito quente.
Teu cabelo esvoaçante,
Faz de mim teu amante.
Deixa-me morder,
teus peitos delicados
meus olhos fechados,
teu leite beber.
Quero fogo, quero vento,
quero sentir-me aí dentro
ser teu corpo a minha morada,
tua imagem a minha amada.
Quero tudo e não quero nada.
Paixão desmedida, errada.
Eu sou fogo, tu és mar.
eu quero amor, tu só amar.
Algo existe nesse teu jardim
que me sabe a pétalas, regadas de mel.
Devoro-te,
Sugo-te a vida que escorre de dentro de ti.
És imensa, céu estrelado, vulcão ardente.
Minha boca é tua semente,
Tua pele a neve mais branca que já vi,
Suplico-te.
Algo existe nesse teu jardim
que me enlouquece.
Poderá ser fogo, ser sangue,
um beijo que arrefece,
mas a paixão... essa não tem fim.
É uma gota que escorre.
É suor, é ardor, é o tempo que foge.
A tua boca chama
A tua boca clama
A tua boca derrama
Chama pela minha lingua,
Clama pelo meu queixo,
Derrama espuma no leito
A noite é de saudade.
O beijo dói, arde, sabe a pouco
O corpo treme e anseia.
Muito pouco é a metade,
um beijo, um grito rouco,
a garganta quase cheia
quero gritar - e na noite peço um beijo
na penumbra em que te vejo
despido de vaidade,
amarrado de saudade.
É uma gota que escorre.
É suor, é ardor, é o tempo que foge.
Naquela tarde, a turista - talvez sueca - entrou, queria a chave.
Eu queria abrir-lhe a porta.
Queria encher-lhe a boca - sugar-lhe o ar.
Ela percebeu, riu, gracejou.
Contornou o bar, escondeu-se, quis uma bebida.
A roupa caiu, a lingua quente escorreu, deu-lhe voltas.
Chupou, lambeu, mordeu, beijou
agarrou, suspirou, esfregou, apagou.
Por trás do balcão, senti o mundo fugir.
Mergulhei naquela garganta e invadi
deixei meu prazer na boca dela,
o coração explodiu
o corpo vacilou
e ela sorriu.
Quero mais - disse então
A morena do bar
é chocolate
Apetece provar, comer, repetir
enlouquecer
A morena do bar é fogo
queima
incendeia sexo,
respira sexo
tem boca de sexo
Apetece agarrar, virar, possuir.
Mas quem me possui é ela
Estende-me a lingua e segura-me a mão.
E eu expludo enquanto ela me acaricia.